
Voltei em abril, após quase seis meses no exterior e um pouco mais de um
ano de sabático. O retorno, posso dizer honestamente, não foi fácil. Perguntas e
questionamentos pipocavam, brotavam na minha mente. E agora, o que fazer? Como
encarar a mesma rotina, o trânsito, as energias densas de São Paulo, uma das
maiores cidade do mundo? Afinal, estava acostumada e amando a vida calma e
"controlada" da escola, de Totnes, meditação, pássaros cantando na minha janela.
Pensei em abrir uma ONG, trabalhar apenas voluntariamente para sempre, viver
escrevendo artigos sobre a vida, meditando e praticando yoga diariamente.
Cogitei me tornar fotógrafa, morar eternamente no interior da Inglaterra,
naquela cidadezinha mágica, ou me mudar para o Tibet, quem sabe? Após ponderar e
avaliar, enviei minhas dúvidas e aflições ao Universo e confiei que ouviria a
resposta certa, que surgiria o melhor caminho, aquele que consolidaria tudo o
que vivi, continuando assim a caminhada da minha existência. Fosse ele qual
fosse, era preciso confiar.
Num certo dia, aparentemente como outro qualquer, mergulhada em meus
escritos e reflexões, recebi um telefone com um convite para voltar ao trabalho!
É incrível como muitas vezes tomamos decisões grandiosas sobre o que precisamos
fazer, que rumo tomar ou sobre quem precisamos ser e, então, as circunstâncias
inesperadamente mudam e imediatamente nos revelam o quão pouco sabemos sobre nós
mesmos e sobre o que o Universo nos reserva.