Páginas

quarta-feira

O sabático acabou. E agora?


Em fevereiro, no meu artigo para esta coluna, ainda estava no Schumacher College/UK, imersa naquela comunidade fantástica, num mundo à parte, na "bolha", como brincamos por lá. Tenho certeza que minha vida, minha visão do mundo e de mim mesma, mudaram para sempre depois disso.
Voltei em abril, após quase seis meses no exterior e um pouco mais de um ano de sabático. O retorno, posso dizer honestamente, não foi fácil. Perguntas e questionamentos pipocavam, brotavam na minha mente. E agora, o que fazer? Como encarar a mesma rotina, o trânsito, as energias densas de São Paulo, uma das maiores cidade do mundo? Afinal, estava acostumada e amando a vida calma e "controlada" da escola, de Totnes, meditação, pássaros cantando na minha janela. Pensei em abrir uma ONG, trabalhar apenas voluntariamente para sempre, viver escrevendo artigos sobre a vida, meditando e praticando yoga diariamente. Cogitei me tornar fotógrafa, morar eternamente no interior da Inglaterra, naquela cidadezinha mágica, ou me mudar para o Tibet, quem sabe? Após ponderar e avaliar, enviei minhas dúvidas e aflições ao Universo e confiei que ouviria a resposta certa, que surgiria o melhor caminho, aquele que consolidaria tudo o que vivi, continuando assim a caminhada da minha existência. Fosse ele qual fosse, era preciso confiar.
Num certo dia, aparentemente como outro qualquer, mergulhada em meus escritos e reflexões, recebi um telefone com um convite para voltar ao trabalho! É incrível como muitas vezes tomamos decisões grandiosas sobre o que precisamos fazer, que rumo tomar ou sobre quem precisamos ser e, então, as circunstâncias inesperadamente mudam e imediatamente nos revelam o quão pouco sabemos sobre nós mesmos e sobre o que o Universo nos reserva.
Seria possível encarar novamente o mundo corporativo e me adaptar? Como aplicar e viverliteralmente tudo o que aprendi nesse caminhar? E por incrível que pareça, posso dizer que SIM, foi possível voltar! Diariamente, meu maior desafio étentar fundir dois mundos e pensamentos aparentemente tão distintos, mas que, na verdade, são um só. Afinal, tudo está dentro de cada um de nós.
Nos últimos meses trabalhei, corri, cansei, planejei, enviei e recebi milhares de e-mails, vivenciei, vivi, revivi. Entretanto, como aplicar as singelas lições aprendidas no meu diaadia sabático na minha rotina? Foi pensando nisso que tive uma ideia!Criei um método simples, que pudesse colocar gradualmente meus aprendizados em prática e que também pudesse acompanhar a evolução e efetividade de cada um e ainda criar indicadores. Corporativo isso hein?
Optei por escolher cinco por vez, dos 76 aprendizados que tive e anotei (com certeza esqueci de anotar vários), e inseri-los no meu diaadia de trabalho. E assim sorteie os cinco abaixo para começar:
1) ANALISE VOCÊ PRÓPRIO. Coloque em cheque as suas crenças, faça uma lista dos valores que são seus e daqueles que alguém passou para você e que hoje leva como sua própria verdade ( e não são). Livre-se dos valores "emprestados", que só atrapalham a caminhada da vida.
2) DEIXE EMERGIR. Faça um pedido com gratidão, deixe clara a sua intenção para o Universo e não se apegue a nada, apenas acredite: vai acontecer! (Schumacher Life Style)
3) APROVEITE O TEMPO. Pense, indague, questione, reflita, lance questões ao vento, perceba-se. Dedique-se a você, dê-se tempo, esteja vigilante no agora, nas alegrias, aflições, felicidades e aborrecimentos. Atente-seaos detalhes, sentimentos, pensamentos.Esteja presente contigo!
4) VIVA EM PAZ. Paz não é ausência de guerra ou de violência. Paz é um estado de espírito!
5) INALE. Alecrim com água fervendo para fazer inalação.
 
Comecei a semana animada com os cinco ensinamentos impressos na minha mente. Precisaria rever o jeito de encarar as relações humanas dentro da empresa, as reuniões, a pressão diária, os quase 30km de trânsito paulistano que me distanciam da minha casa, enfim, cada detalhe do meu dia. Mas uma energia otimista e quase palpável de tão densa e alegre me dizia que seria possível, que valeria a pena tentar. Precisaria ter os pés enraizados no chão, mas olhar as situações cotidianas e a mim mesma, inserida nelas, através do coração.
O desafio é vasto, complexo e instigante, mas se vamos ser desafiados, que seja grande, não é mesmo?
Os sucessos e fracassos dessa minha empreitada, prometo relatar em breve, no meu próximo artigo! Deseje-me sorte!

Nenhum comentário:

Postar um comentário