Páginas

quarta-feira

Perguntas e caminhos

Uma pergunta simples me consome ultimamente: Quem sou eu?

A princípio, a definição me parecia simples.

Sou publicitaria e mestre reiki. Fui bailarina profissional . Tenho 6 tatuagens e quero muitas mais; amo dançar; amo meus amigos, amo de paixão minha família; amo festa e conversar com pessoas; amo esporte, amo correr; adoro fazer aniversário. Nunca quis ter filhos; já me casei 2 vezes e na segunda encontrei o amor da minha vida.  Já tive o cabelo azul; já fui quase careca; já fui riponga e executiva; fui DJ; professora universitária e de forró. Já morei em Campinas, Londrina, Manaus, Totnes e agora meu lar é São Paulo, assim destrambelhado mesmo, mas é onde escolhi estar. Sou tímida, mas disfarço bem; sou comunicativa; sou fiel , gentil e leal. Não gosto de me expor, de mentiras e nem de acampar. Sou brava e ciumenta, mas sempre me achei uma boa pessoa.   

Mas quando acabei de elencar EU, percebi que algo maior me consumia. Será que somos o que pensamos? Será que nossa vista não esta encoberta pela loucura insana do nosso trabalho, do trânsito, das mil relações diárias com todos os tipos de pessoas?

Quando eu li a frase “ele se sentia como um macaco desorientado pelas peças gigantes de um quebra-cabeça para bebês, muito fáceis de encaixar, mas que se via incapaz de montar”, eu pensei: bingo! é isso! Por que muitas vezes nos sentimos assim, como se a desordem do mundo balançasse o nosso centro, tirando o chão e a nossa capacidade de decidir, de sentir diferente, de pensar racionalmente?

Como voltar ao eixo e atingir o equilíbrio, tão arduamente buscado nas menores ações do dia-a-dia?

Eu sou uma mistura de equilíbrio e loucura, de alegria e melancolia! Costumo me moldar ao meio que estou e as pessoas a minha volta...sou meio camaleoa!

Sou exigente, imponho pressão, reclamo do que não me agrada, mas nem sempre sou assim! Muitas vezes me calo, engulo o choro, sufoco um pedido de socorro, sofro em silencio!

Vivo a dualidade de uma boa libriana, pesando um lado e o outro, tentando parar no meio, num meio que nunca chega! Mas que meio é esse? É onde nos encaixamos nas sugestões que recebemos durante toda a nossa vida, vivendo hipnotizados pelo barulho, desordem e frenesi para não pensarmos nos impactos que causamos no mundo e nas pessoas.

E se acreditássemos estar acorrentados por algo que não existe? E se o mundo a nossa volta for um espelho perfeito daquilo em que acreditamos?

Temos a oportunidade de pintarmos a tela da nossa existência da maneira que quisermos, mas é mais fácil deixarmos as sugestões diárias nos levarem, até ser tarde para percebermos que chegamos numa encruzilhada, onde, aí sim, seremos chamados a escolher!

Escolhas que são baseadas no que consideramos correto. Mas o certo pra mim é o certo para você? Quando o correto para mim esbarra na sua percepção de certo ou errado, isso é bom ou ruim?

Isso é certo ou errado ou apenas é? Muitas vezes a correria nos torna insensíveis para percebermos o que nossas escolhas causam nos outros. Ter uma opinião precisa nos deixar cegos de razão? Egoísmo ou apenas a vida como ela é? Sugestão e hipnose diária ou falta de percepção de nós mesmos e do outro?

Como pode nossa percepção ser tão diferente da percepção de vida do outro?

Foi aí que pensei: o que estou fazendo da minha vida? Preciso de tempo! Preciso pensar! Preciso de um novo caminho....
 
Pedi demissão, tirei férias e o estou trilhando agora, minuto a minuto. Nesse exato momento estou conseguindo enxergar claramente como é linda a dança da vida, como é lindo o bordado de Deus.

E que venham os desafios, estou pronta, pelo menos por agora (até a próxima “onda” de perguntas e questionamentos)!



 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário